Caracterização da farinha de mandioca artesanal produzida com dois fornos no estado do Acre.
A 'farinha de mandioca de Cruzeiro do Sul' é reconhecida como um produto de qualidade entre os consumidores da região Norte. Este produto apresenta, além do reconhecimento da sua notoriedade, um 'saber fazer' diferenciado, o que o potencializa para uma solicitação de Indicação Geográfica. Um procedimento apontado pelos produtores como crítico para a obtenção de uma farinha de boa qualidade é o uso de dois fornos artesanais, um para escaldamento e outro para tostagem. Contudo, a vantagem desse método em relação ao convencional (em que as duas etapas são feitas em um forno só) ainda não foi comprovada cientificamente. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar a influência do uso de dois fornos na qualidade da farinha de mandioca artesanal. Amostras de farinha de mandioca foram produzidas em uma casa de farinha em Cruzeiro do Sul, Acre, e analisadas quanto ao pH, acidez titulável, umidade e atividade de água. Foram registrados a temperatura da massa e o tempo total durante as etapas de escaldamento e tostagem. Os dados foram analisados usando delineamento inteiramente casualizado, com dois tratamentos (um e dois fornos) e 5 repetições. As farinhas produzidas com um ou dois fornos não apresentaram diferenças significativas em relação ao pH, acidez e umidade. Por outro lado, a farinha produzida em dois fornos apresentou maior atividade de água (0,35) que a farinha produzida em um forno (0,13), devido, provavelmente, ao fato da peneiração após o escaldamento ter sido realizada em local distante do forno, fazendo com que a massa atingisse uma menor temperatura na etapa de tostagem (91,58°C contra 106,06°C quando do uso de um forno). O uso de dois fornos alterou a qualidade do produto final, mas as farinhas obtidas nos dois tratamentos estavam em conformidade com os requisitos de qualidade estabelecidos pela legislação.
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2014-11-03
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dig-alice-doc-9990292017-08-16T01:48:00Z Caracterização da farinha de mandioca artesanal produzida com dois fornos no estado do Acre. ALVARES, V. de S. SOUZA, J. M. L. de MACIEL, V. T. KLEIN, M. A. SANTIAGO, A. C. C. CUNHA, C. R. da VIRGINIA DE SOUZA ALVARES, CPAF-AC; JOANA MARIA LEITE DE SOUZA, CPAF-AC; VLAYRTON TOME MACIEL, CPAF-AC; MARCELO ANDRE KLEIN, CPAF-AC; CLARISSA RESCHKE DA CUNHA, CPAF-AC. Farinha de mandioca Farinha artesanal A 'farinha de mandioca de Cruzeiro do Sul' é reconhecida como um produto de qualidade entre os consumidores da região Norte. Este produto apresenta, além do reconhecimento da sua notoriedade, um 'saber fazer' diferenciado, o que o potencializa para uma solicitação de Indicação Geográfica. Um procedimento apontado pelos produtores como crítico para a obtenção de uma farinha de boa qualidade é o uso de dois fornos artesanais, um para escaldamento e outro para tostagem. Contudo, a vantagem desse método em relação ao convencional (em que as duas etapas são feitas em um forno só) ainda não foi comprovada cientificamente. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar a influência do uso de dois fornos na qualidade da farinha de mandioca artesanal. Amostras de farinha de mandioca foram produzidas em uma casa de farinha em Cruzeiro do Sul, Acre, e analisadas quanto ao pH, acidez titulável, umidade e atividade de água. Foram registrados a temperatura da massa e o tempo total durante as etapas de escaldamento e tostagem. Os dados foram analisados usando delineamento inteiramente casualizado, com dois tratamentos (um e dois fornos) e 5 repetições. As farinhas produzidas com um ou dois fornos não apresentaram diferenças significativas em relação ao pH, acidez e umidade. Por outro lado, a farinha produzida em dois fornos apresentou maior atividade de água (0,35) que a farinha produzida em um forno (0,13), devido, provavelmente, ao fato da peneiração após o escaldamento ter sido realizada em local distante do forno, fazendo com que a massa atingisse uma menor temperatura na etapa de tostagem (91,58°C contra 106,06°C quando do uso de um forno). O uso de dois fornos alterou a qualidade do produto final, mas as farinhas obtidas nos dois tratamentos estavam em conformidade com os requisitos de qualidade estabelecidos pela legislação. 2014-11-03T11:11:11Z 2014-11-03T11:11:11Z 2014-11-03 2014 2015-02-09T11:11:11Z Anais e Proceedings de eventos In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE ALIMENTOS, 24., 2014, Aracaju; CONGRESSO DO INSTITUTO NACIONAL DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE FRUTOS TROPICAIS, 4., 2014, Aracaju. Anais... Aracaju: sbCTA, 2014. http://www.alice.cnptia.embrapa.br/alice/handle/doc/999029 pt_BR por openAccess 1 CD-ROM. |
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A 'farinha de mandioca de Cruzeiro do Sul' é reconhecida como um produto de qualidade entre os consumidores da região Norte. Este produto apresenta, além do reconhecimento da sua notoriedade, um 'saber fazer' diferenciado, o que o potencializa para uma solicitação de Indicação Geográfica. Um procedimento apontado pelos produtores como crítico para a obtenção de uma farinha de boa qualidade é o uso de dois fornos artesanais, um para escaldamento e outro para tostagem. Contudo, a vantagem desse método em relação ao convencional (em que as duas etapas são feitas em um forno só) ainda não foi comprovada cientificamente. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar a influência do uso de dois fornos na qualidade da farinha de mandioca artesanal. Amostras de farinha de mandioca foram produzidas em uma casa de farinha em Cruzeiro do Sul, Acre, e analisadas quanto ao pH, acidez titulável, umidade e atividade de água. Foram registrados a temperatura da massa e o tempo total durante as etapas de escaldamento e tostagem. Os dados foram analisados usando delineamento inteiramente casualizado, com dois tratamentos (um e dois fornos) e 5 repetições. As farinhas produzidas com um ou dois fornos não apresentaram diferenças significativas em relação ao pH, acidez e umidade. Por outro lado, a farinha produzida em dois fornos apresentou maior atividade de água (0,35) que a farinha produzida em um forno (0,13), devido, provavelmente, ao fato da peneiração após o escaldamento ter sido realizada em local distante do forno, fazendo com que a massa atingisse uma menor temperatura na etapa de tostagem (91,58°C contra 106,06°C quando do uso de um forno). O uso de dois fornos alterou a qualidade do produto final, mas as farinhas obtidas nos dois tratamentos estavam em conformidade com os requisitos de qualidade estabelecidos pela legislação. |
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