Gênero, sexualidade e infância: corpos e formas de governo em investigações criminais no Brasil

Resumo Este artigo explora a relação entre gênero, infância e sexualidade a partir de um trabalho etnográfico realizado em uma delegacia no sul do Brasil, onde acompanhou-se investigações criminais de casos de violência sexual contra crianças e adolescentes. Foram selecionadas cenas destas investigações que compõem um cenário possível de diálogo com os estudos de gênero e da infância para pensar como os discursos de proteção e da garantia de direitos estão posicionados em um espaço de intervenção e governo desses mesmos elementos. Demonstrando que tanto a infância quanto o gênero estão pautados por imagens desconectadas no contexto destes sujeitos e que nas formas de proteção também se acentuam maneiras recorrentes de normatização de crianças e adolescentes no campo da sexualidade. Assevera-se que existe uma lógica hegemônica que está articulada nos discursos dos sujeitos que transitam nesses espaços e que comungam o exercício de uma linguagem normativa que necessita de problematização com o campo dos estudos de gênero e da sexualidade na infância.

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Bibliographic Details
Main Authors: Roberti Junior,João Paulo, Toneli,Maria Juracy Filgueiras, Beiras,Adriano
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Universidad de Guadalajara, Centro de Estudios de Género 2020
Online Access:http://www.scielo.org.mx/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1405-94362020000200368
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Summary:Resumo Este artigo explora a relação entre gênero, infância e sexualidade a partir de um trabalho etnográfico realizado em uma delegacia no sul do Brasil, onde acompanhou-se investigações criminais de casos de violência sexual contra crianças e adolescentes. Foram selecionadas cenas destas investigações que compõem um cenário possível de diálogo com os estudos de gênero e da infância para pensar como os discursos de proteção e da garantia de direitos estão posicionados em um espaço de intervenção e governo desses mesmos elementos. Demonstrando que tanto a infância quanto o gênero estão pautados por imagens desconectadas no contexto destes sujeitos e que nas formas de proteção também se acentuam maneiras recorrentes de normatização de crianças e adolescentes no campo da sexualidade. Assevera-se que existe uma lógica hegemônica que está articulada nos discursos dos sujeitos que transitam nesses espaços e que comungam o exercício de uma linguagem normativa que necessita de problematização com o campo dos estudos de gênero e da sexualidade na infância.