ENTRE AUSÊNCIA DE DOENÇA E CUIDADO POSSÍVEL: A SAÚDE SEGUNDO USUÁRIAS DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA

Resumo O artigo apresenta sentidos que usuárias da Estratégia de Saúde da Família atribuem à saúde e sua relação com o cuidado. Utilizou-se o método qualitativo, tomando-se como referencial teórico as discussões de Canguilhem e Winnicott acerca da noção de saúde, bem como apontamentos sobre medicalização da vida. O trabalho de campo foi desenvolvido por meio de entrevistas em profundidade entre maio e julho de 2015 com usuários da Estratégia de Saúde da Família e tratado pela análise hermenêutica. A saúde, relacionada tanto à ausência de doença e ao completo bem-estar, quanto à disposição para enfrentar os sofrimentos inerentes à vida. Coexistem a confiança incondicional na tecnologia médica e a aposta em modos de cuidado intuitivos ou oriundos de relações sociais. O serviço de saúde contribui com o acesso ao tratamento e, simultaneamente, reforça a aposta na prevenção de todos os infortúnios do corpo, bem como a ideia de que o direito à saúde é correlato à responsabilização individual de mantê-la perfeita. Numa cultura marcada pelo individualismo e competitividade, indivíduos que vivem em contextos de profundas injustiças sociais submetem-se a regras de prevenção do risco de adoecer, mas são restritas suas possibilidades de criação de modos singulares de fruição da vida.

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Auteurs principaux: Miranda,Lilian, Silva,Luciana Janeiro, Souza,Yasmim Furtado de
Format: Digital revista
Langue:Portuguese
Publié: Fundação Oswaldo Cruz, Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio 2019
Accès en ligne:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1981-77462019000100503
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