Mito, literatura e o boi rosiano

Resumo No universo poético-simbólico de Guimarães Rosa, o boi ou touro tem assento privilegiado. A obra do escritor é atravessada pelos berros e urros do gado, seu comportamento e existência, sua estranha sabedoria imemorial. O boi de Rosa vem de longe. Oriundo do substrato religioso das mais antigas civilizações - Assíria, Babilônia, Egito, Índia - o boi aporta ao sertão rosiano munido de sua milenar herança mítica e sagrada. Igualmente, o vaqueiro que se lhe devota é muito mais do que o homem no pastoreio. Ele é o bukólos ou bubulcus, descendente dos pastores primigênios da Creta egeia, que é investido da função sacerdotal e dotado de vocação poética. O presente ensaio movimenta estas questões por meio da interpretação de duas estórias de Tutaméia, último livro do escritor: “Os três homens e o boi dos três homens que inventaram um boi” e “Hiato”.

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Bibliographic Details
Main Author: Faria,Maria Lucia Guimarães de
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Programa de Pos-Graduação em Letras Neolatinas, Faculdade de Letras -UFRJ 2019
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-106X2019000100135
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