Tornar-se catador: sofrimento ético-político e potência de ação

O presente artigo apresenta uma análise sócio-histórica sobre sentimentos e afetividades, no intuito de respaldar a reflexão sobre o sofrimento ético-político vivido pelos catadores na execução de suas atividades laborais. A pesquisa foi realizada por meio da observação participante e entrevistas semiestruturadas com cinco catadores de materiais recicláveis. A análise dos dados revela as emoções mais frequentes, que são a vergonha e a humilhação, decorrentes sobretudo da discriminação e do preconceito. Em contrapartida, tornar-se catador pode ser também fonte de alegria. De um lado, por motivo ético, ou seja, pela possibilidade de o indivíduo recuperar a própria dignidade ao se inserir e ser reconhecido socialmente como trabalhador honesto, distinto de mendigos e de bandidos. De outro lado, por lhe dar a oportunidade de organizar-se e mobilizar-se coletivamente na luta por melhores condições de trabalho e de vida.

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Detalhes bibliográficos
Principais autores: Miura,Paula Orchiucci, Sawaia,Bader Burihan
Formato: Digital revista
Idioma:Portuguese
Publicado em: Associação Brasileira de Psicologia Social 2013
Acesso em linha:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-71822013000200010
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