Dos distúrbios psiquiátricos à antibioticoterapia: reposicionamento da clorpromazina como agente antibacteriano

RESUMO O alarmante aumento na taxa de resistência aos antibióticos põe em check à eficácia da terapia antibacteriana futura. Em contrapartida, as indústrias farmacêuticas negligenciam os investimentos em pesquisa e desenvolvimento de novos fármacos antimicrobianos em virtude de questões financeiras, legais e farmacológicas. Assim sendo, o reposicionamento de agentes disponíveis clinicamente torna-se uma promissora ferramenta para tentar driblar o desinteresse das indústrias. O fármaco antipsicótico clorpromazina (CPZ) destaca-se por possuir uma ampla faixa de atividade antibacteriana, a qual cobre desde patógenos Gram-positivos e Gram-negativos, até as mico-bactérias. A atividade antibacteriana é independente do perfil de susceptibilidade do microrganismo, sendo ela mantida mesmo em cepas altamente resistentes aos antibióticos. Alguns estudos mostram que mesmo nas concentrações clinicamente disponíveis no plasma (entre 0,1-0,5 (g/mL), a CPZ é capaz de matar Staphylococcus aureus e Mycobacterium tuberculosis dentro dos macrófagos. Em adição, estudos clínicos têm revelado os benefícios do uso da CPZ na terapia de suporte para pacientes com infecções em curso. Em conclusão, a CPZ pode eventualmente ser direcionada ao arsenal terapêutico antimicrobiano, especialmente no manejo das infecções causadas por microrganismos intracelulares com fenótipo multirresistente.

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Bibliographic Details
Main Authors: Lima,William Gustavo, Ramos-Alves,Maria Cristina, Soares,Adriana Cristina
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Departamento de Farmácia, Facultad de Ciencias, Universidade Nacional da Colombia 2019
Online Access:http://www.scielo.org.co/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-74182019000100005
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