Aplicação do "Systems Aproach" em áreas comerciais de mamão do grupo Formosa no Estado do Espírito Santo para sua inclusão no programa de exportação do papaya brasileiro para os Estados Unidos.

Espírito Santo é o único Estado brasileiro autorizado a exportar papaia para os Estados Unidos. Esta autorização foi conseguida, após realização de vários estudos que serviram de base para originar um programa de redução de riscos de infestação do mamão por tefritídeos, denominado systems approach , que inclui um conjunto de tecnologias com forte base biológica e ecológica, permitindo a exportação de mamão para os Estados Unidos, suspensas por 13 anos, a partir de 1985 (MARTINS e MALAVASI, 1999, MARTINS e MALAVASI, 2003ab). Este sistema reduz significativamente o índice de risco da presença de larvas de mosca-das-frutas das espécies Ceratitis capitata e Anastrepha fraterculus (Díptera: Tephrtidae), nos frutos de mamão, sem a necessidade de qualquer tratamento fitossanitário pós-colheita para o seu controle. Estas duas espécies de moscas são as duas espécies até momento que infestam frutos de mamão no Brasil (MARTINS e ALVES, 1988; MARTINS et al., 1993). A abertura do mercado americano, em setembro de 1998, permitiu, nos primeiros 52 meses do Programa de Exportação do Papaia Brasileiro para os Estados Unidos, a exportação de 21.655 toneladas de frutas, gerando, no período, 18,7 milhões de dólares. Os Estados Unidos já são o maior país importador de mamão brasileiro, tendo o seu mercado, no ano de 2002, absorvido do Brasil 6.963 toneladas, equivalentes a 6,2 milhões de dólares, números estes, respectivamente, correspondendo a 24,4% de todo o volume e 28,6% do valor exportado pelo Brasil (MARTINS e MALAVASI, 2003ab). Os Estados Unidos apresentam um mercado potencial de consumo de 84 mil toneladas de mamão por ano; o México, maior exportador mundial dessa fruta, exporta para o mercado americano cerca de 59 mil toneladas, sendo a sua maioria frutos da variedade Maradol, que é do grupo Formosa. Das cerca de 530 mil toneladas anuais de papaia produzidas no Espírito Santo, aproximadamente 40% são oriundas de variedades do grupo Solo e 60% pertencem ao grupo Formosa. As exportações de frutos do grupo Formosa são recentes, e têm sido realizadas em pequenas quantidades para o mercado europeu e para o Canadá. O Plano de Trabalho que foi desenvolvido em conjunto pelo Departamento Norte-Americano de Agricultura, Serviço de Inspeção de Saúde Animal e Vegetal, Serviços Internacionais (USDA, APHIS, IS) e a Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento MAPA, assinado em 1998, que regulamenta as Exportações de mamão do Brasil para os Estados Unidos, não incluiu variedades do grupo Formosa nesse programa; por tanto, frutos desse grupo de mamão não puderam ser exportados, por razões quarentenárias à mosca-das-frutas. Assim, este estudo teve o objetivo de comprovar que os frutos de mamão Formosa, não são susceptíveis a essa praga, no ponto em que são colhidos. Dessa forma, pretendeu-se, a exemplo do que foi comprovado para os frutos do grupo Solo, submeter os resultados deste estudo ao APHIS/ USDA, para que os frutos das variedades híbridas do grupo Formosa possam ser incluídos no Programa de Exportação de Papaia Brasileiro para os Estados Unidos.

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Bibliographic Details
Main Author: MARTINS, D. dos S.
Other Authors: David dos Santos Martins, Incaper.
Format: -- biblioteca
Language:pt_BR
Published: In: SIMPÓSIO DO PAPAYA BRASILEIRO, 1., 2003, Vitória. MARTINS, D. dos S. (Ed.). Papaya Brasil : qualidade do mamão para o mercado interno. Vitória : Incaper, 2003. 2003
Subjects:Espírito Santo (Estado), Estados Unidos da América (País), Mamão, Mamoeiro, Exportação,
Online Access:http://biblioteca.incaper.es.gov.br/digital/handle/item/879
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