Metodologia para classificacao de genotipos de girassol tolerantes ao aluminio.

O girassol (Helianthus annuus, L.) apresenta-se como uma opcao no sistema de producao de graos nas diferentes regioes do Brasil mas, nos solos de Cerrados, a cultura pode apresentar problemas de adaptacao em funcao da ocorrencia de solos acidos e com alta saturacao de aluminio. O grau de tolerancia ao aluminio em genotipos de girassol e muito varivel. O desenvolvimento de genotipos tolerantes, associado a tecnicas tradicionais de correcao do solo podem aumentar a produtividade do girassol sem despesas adicionais. O objetivo deste trabalho foi desenvolveruma metodologia para identificar genotipos tolerantes ao aluminio com vista a sua utilizacao em programas de melhoramento genetico de girassol. Para tanto, foi necessario determinar as concentracoes adequadas de aluminio e boro associados ao calcio, o numero de plantulas que melhor representasse os efeitos toxicos do aluminio e o tempo oportuno de permanencia das raizes das plantulas em hidroponia, para otimizar a expressao desse efeito. Em casa-de-vegetacao foram executados tres experimentos com os hibridos DK 180, Gr 16 e M 731. As sementes dos genotipos foram submetidas a pre-germinacao por tres dias. Em seguida, as plantulas foram transferidas para bandejas de isopor, colocadas sobre a solucao hidroponica. O experimento 01 teve como identificar as concentracoes do elemento aluminio (0; 0,1; 0,2; 0,3 ou 0,4 mg/l). O experimento 02 foi executado para determinar a concentracao de boro, no qual os genotipos de girassol nao demonstrassem sintomas de deficiencia. As concentracoes de boro foram 0,05; 0,10 e 0,15 mg/l na presenca de 0,2 mg/l de aluminio e 50 mg/l de calcio. A concentracao de 0,05 mg/l de boro foi tambem avaliada na ausencia do aluminio. As avaliacoes foram efetuadas no primeiro e setimo dias em que as raizes das plantas estavam em hidroponia, utilzando-se sete plantulas. O experimento 03 foi desenvolvido para determinar qual a melhor concentracao de aluminio (0; 0,1; 0,2; 0,3 ou 0,4 mg/l), associada a 50 mg/l de calcio e 0,05 mg/l de boro. O tempo adequado de permanencia das raizes das plantulas em hidroponia (3, 5, 7, 9, 11 ou 13 dias) e o numero ideal de plantulas a serem utilizadas na metodologia proposta para classificacao de genotipos de girassol tolerantes ao aluminio (7, 14 ou 21). As avaliacoes foram efetuadas pela mensuracao do comprimento das raizes primarias das plantulas de girassol. Como testemunha foi utilizado solucao sem aluminio. No experimento 01 foi verificado a sensibilidade do girassol a ausencia do boro na solucao, mostrando sintomas severos de deficiencia desse elemento, comprovando claramente a essencialidade do boro para o girassol, mesmo no estagio de plantula. No experimento 02 foi mostrado que as concentracoes de 0,05; 0,10 e 0,15 mg/l de boro podem ser adequadas para hidroponia, em presenca de aluminio. Durante a execucao desse experimento nao foram observados sintomas visuais, de deficiencia de boro, na parte aerea das plantulas. No experimento 03 as concentracoes dos diferentes elementos nas solucoes hidroponicas, que melhor expressaram as diferencas na tolerancia dos genotipos ao aluminio toxico, foram 0,2 mg/l de aluminio com 50 mg/l de calcio e 0,05 mg/l de boro. A analise de variancia mostrou que nao houve diferenca significativa, sendo igualmente eficiente a utilizacao de 7,14 ou 21 plantulas para identificar os genotipos tolerantes e sensiveis ao aluminio. Os genotipos apresentam tolerancia diferenciada aos sete dias. A reducao media no comprimento das raizes primarias dos genotipos de girassol na concentracao 0,2 mg/l de aluminio, em presenca de 50 mg/l de calcio e 0,5 mg/l de boro foi de 45%. Esses resultados corroboram aqueles obtidos em literatura revisada. O metodo mostrou-se rapido e eficiente para classificar genotipos de girassol de acordo com a sua reacao ao aluminio.

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Bibliographic Details
Main Authors: ASTAFEIEF, N. C., NEUMAIER, N., CASTIGLIONI, V. B. R., ARIAS, C. A. A.
Format: Separatas biblioteca
Language:pt_BR
por
Published: 2000-05-17
Subjects:Tolerancia, Brasil, Sunflower, Genotypes, Aluminium tolerance, Alumínio, Cerrado, Genótipo, Girassol, Brazil, savannas,
Online Access:http://www.alice.cnptia.embrapa.br/alice/handle/doc/456572
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