O saber local e os dilemas relacionados à validação e aplicabilidade do conhecimento científico em áreas rurais
Com base em experiências prévias de dois projetos de pesquisa sobre esquistossomose em populações rurais, o artigo debate as relações entre o saber sanitário e o senso comum sanitário em comunidades agrícolas. O artigo refere-se a fatores que interferem com a noção de participação destes grupos em programas exógenos, bem como com a apropriação, validação e aplicabilidades das múltiplas informações científicas em oferta em tais programas. A multiplicidade de informações que aportam no nível local, como uma das facetas marcantes da globalização, agrega de forma acrítica conhecimentos científicos descontextualizados, aumentando a sensação de incerteza nas comunidades e a tendência a se atribuir um caráter aleatório às doenças. Por outro lado, o consumo de tecnologias médicas é bastante valorizado e compreendido como símbolo inequívoco de progresso. Discute-se a importância da atitude dos profissionais da saúde como aliados na valorização do senso comum e da experiência empírica das populações rurais, que beneficiem a incorporação do saber técnico de utilidade pública sem prejuízo do patrimônio cultural que está na base da identidade e da saúde destes grupos.
Autor principal: | |
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Formato: | Digital revista |
Idioma: | Portuguese |
Publicado: |
Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz
2007
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Acceso en línea: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2007001300011 |
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Sumario: | Com base em experiências prévias de dois projetos de pesquisa sobre esquistossomose em populações rurais, o artigo debate as relações entre o saber sanitário e o senso comum sanitário em comunidades agrícolas. O artigo refere-se a fatores que interferem com a noção de participação destes grupos em programas exógenos, bem como com a apropriação, validação e aplicabilidades das múltiplas informações científicas em oferta em tais programas. A multiplicidade de informações que aportam no nível local, como uma das facetas marcantes da globalização, agrega de forma acrítica conhecimentos científicos descontextualizados, aumentando a sensação de incerteza nas comunidades e a tendência a se atribuir um caráter aleatório às doenças. Por outro lado, o consumo de tecnologias médicas é bastante valorizado e compreendido como símbolo inequívoco de progresso. Discute-se a importância da atitude dos profissionais da saúde como aliados na valorização do senso comum e da experiência empírica das populações rurais, que beneficiem a incorporação do saber técnico de utilidade pública sem prejuízo do patrimônio cultural que está na base da identidade e da saúde destes grupos. |
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