Será a análise do movimento um fator determinante na recuperação da prática desportiva após tratamento cirúrgico da rotura do tendão de Aquiles?
Introdução: O presente trabalho visa estudar a aplicação de metodologias de análise de movimento como uma ferramenta de suporte à avaliação clínica em doentes intervencionados cirurgicamente a uma rotura do tendão de Aquiles. Métodos: Analisou-se uma amostra de doentes considerando dois protocolos de avaliação. O primeiro compreendeu uma recolha de scores e parâmetros usualmente aplicados em ambiente clínico, enquanto o segundo consistiu numa análise biomecânica. Para simular diferentes níveis de recrutamento do tendão, estudaram-se três movimentos: marcha e subida/descida de degraus com diferentes alturas. Resultados: Pela análise dos scores clínicos e dos sintomas subjetivos reportados, dividiu-se a amostra inicial de doentes em dois grupos. Ambos apresentaram scores positivos nas diferentes componentes da avaliação clinica. Foi observada, contudo, uma diminuição permanente do perímetro gemelar de 3% na perna intervencionada. A avaliação biomecânica não indicou uma variação significativa dos padrões de marcha quando comparados com o grupo de controlo. Porém, o movimento de subida e descida de escadas demonstra a existência de alterações nos padrões cinemáticos e cinéticos, permitindo detetar a adoção de diferentes estratégias na ultrapassagem do mesmo obstáculo. Conclusão: Apesar dos bons scores clínicos, a análise biomecânica comprova a existência de limitações nalguns doentes, particularmente na realização de movimento que exija uma maior atividade do tendão. Os resultados obtidos corroboram a ideia, que a aplicação de metodologias de análise de movimento poderá funcionar como um complemento valoroso à avaliação clínica, especialmente no estudo de atletas nos quais o tempo de recuperação e a perda de desempenho é um fator crítico.
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Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia
2017
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oai:scielo:S1646-212220170004000022017-12-22Será a análise do movimento um fator determinante na recuperação da prática desportiva após tratamento cirúrgico da rotura do tendão de Aquiles?Neves,Manuel CassianoSilva,Marisa C.Gonçalves,Sérgio B.Silva,Miguel Tavares daVide,JoãoTavares,DelfinFelicissimo,Paulo Rotura do Tendão de Aquiles Análise do Movimento Análise de Marcha Biomecânica Introdução: O presente trabalho visa estudar a aplicação de metodologias de análise de movimento como uma ferramenta de suporte à avaliação clínica em doentes intervencionados cirurgicamente a uma rotura do tendão de Aquiles. Métodos: Analisou-se uma amostra de doentes considerando dois protocolos de avaliação. O primeiro compreendeu uma recolha de scores e parâmetros usualmente aplicados em ambiente clínico, enquanto o segundo consistiu numa análise biomecânica. Para simular diferentes níveis de recrutamento do tendão, estudaram-se três movimentos: marcha e subida/descida de degraus com diferentes alturas. Resultados: Pela análise dos scores clínicos e dos sintomas subjetivos reportados, dividiu-se a amostra inicial de doentes em dois grupos. Ambos apresentaram scores positivos nas diferentes componentes da avaliação clinica. Foi observada, contudo, uma diminuição permanente do perímetro gemelar de 3% na perna intervencionada. A avaliação biomecânica não indicou uma variação significativa dos padrões de marcha quando comparados com o grupo de controlo. Porém, o movimento de subida e descida de escadas demonstra a existência de alterações nos padrões cinemáticos e cinéticos, permitindo detetar a adoção de diferentes estratégias na ultrapassagem do mesmo obstáculo. Conclusão: Apesar dos bons scores clínicos, a análise biomecânica comprova a existência de limitações nalguns doentes, particularmente na realização de movimento que exija uma maior atividade do tendão. Os resultados obtidos corroboram a ideia, que a aplicação de metodologias de análise de movimento poderá funcionar como um complemento valoroso à avaliação clínica, especialmente no estudo de atletas nos quais o tempo de recuperação e a perda de desempenho é um fator crítico.info:eu-repo/semantics/openAccessSociedade Portuguesa de Ortopedia e TraumatologiaRevista Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia v.25 n.4 20172017-12-01text/htmlhttp://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1646-21222017000400002pt |
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