Obesidade e imunodepressão: Factos e números
Plano de Fundo: A obesidade tem sido associada a uma diminuição da resposta imune a certos patogénios. O despertar para este assunto deu-se há três décadas, tendo-se intensificado nos últimos anos com o aumento da incidência mundial da obesidade. Estudos têm tentado explicar a base molecular e celular subjacente aos mecanismos da imunodepressão na obesidade. O interesse da nossa revisão advém da clarificação desta associação numa tentativa de otimizar planos e intervenções terapêuticas. Resultados/discussão: Foram encontradas evidências de imunodepressão associada à obesidade: menor libertação de citocinas, défice numérico e funcional de células dendríticas e células NK (natural killer), menor ativação macrofágica e menor proporção de células T CD8+. Os obesos são mais suscetíveis a infeções, principalmente do foro respiratório. Em resposta à vacinação apresentam uma menor proporção de células T memória CD8+ e de IgG (imunoglobulina G) anti-antigénio. A imunodepressão nas grávidas obesas tem implicações na defesa imunológica do feto. Há evidência de um envolvimento da resistência à leptina na base destas alterações. Conclusão: Apesar de haver estudos que não verificam alteração na resposta imunológica dos obesos, outros há que comprovam a imunodepressão na resposta às infeções respiratórias víricas, à vacinação contra o tétano, hepatite B e Influenza e nas grávidas obesas. Deste modo, é imperativa a realização de mais estudos com validades interna e externa que elucidem acerca da real associação entre a obesidade e a resposta imune.
Main Authors: | , , , |
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Format: | Digital revista |
Language: | Portuguese |
Published: |
ArquiMed - Edições Científicas AEFMUP
2013
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Online Access: | http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0871-34132013000500002 |
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Summary: | Plano de Fundo: A obesidade tem sido associada a uma diminuição da resposta imune a certos patogénios. O despertar para este assunto deu-se há três décadas, tendo-se intensificado nos últimos anos com o aumento da incidência mundial da obesidade. Estudos têm tentado explicar a base molecular e celular subjacente aos mecanismos da imunodepressão na obesidade. O interesse da nossa revisão advém da clarificação desta associação numa tentativa de otimizar planos e intervenções terapêuticas. Resultados/discussão: Foram encontradas evidências de imunodepressão associada à obesidade: menor libertação de citocinas, défice numérico e funcional de células dendríticas e células NK (natural killer), menor ativação macrofágica e menor proporção de células T CD8+. Os obesos são mais suscetíveis a infeções, principalmente do foro respiratório. Em resposta à vacinação apresentam uma menor proporção de células T memória CD8+ e de IgG (imunoglobulina G) anti-antigénio. A imunodepressão nas grávidas obesas tem implicações na defesa imunológica do feto. Há evidência de um envolvimento da resistência à leptina na base destas alterações. Conclusão: Apesar de haver estudos que não verificam alteração na resposta imunológica dos obesos, outros há que comprovam a imunodepressão na resposta às infeções respiratórias víricas, à vacinação contra o tétano, hepatite B e Influenza e nas grávidas obesas. Deste modo, é imperativa a realização de mais estudos com validades interna e externa que elucidem acerca da real associação entre a obesidade e a resposta imune. |
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