Nótulas Ictiológicas: II. deformação da porção posterior da coluna vertebral, em um representante da fam., Atherinidae (Pisces - Mugiloidei)
Sob os auspicios do Conselho Nacional de Pesquisas, do Rio de Janeiro, durante os anos de 1952-53, o autor passou a examinar, sistemáticamente, exemplares da fauna ictiológica do litoral sul do E. de S.Paulo, colhendo material e dados que lhe permitissem promover a revisão de algumas familias de peixes. Estudando a família Atherinidae, na coleta n. 7, de 18-6-952, de Cananéia, deparou o autor com um exemplar do gênero Xenomelaniris, portador de evidente deformação da coluna vertebral (Foto n. 1). Não dispondo o Instituto Oceanográfico de um pequeno aparelho de raios X que permitisse obter documentação adequada para ilustrar o caso, recorreu o autor à técnica de diafanização de Hollister. Dessa maneira, as primeiras observações foram feitas por transparência. Em seguida, como de tecidos já diafanizados ainda impedissem a perfeita visibilidade e não permitissem o reconhecimento de pequenos detalhes, foi retirada reduzida porção do tecido que recobria a coluna vertebral, o suficiente, porém, para facilitar o estudo, sem prejudicar a peça. Na Fig. 1, procurou o autor dar uma idéia da região mais deformada. Acha-se ela composta de 6vértebras nas quais, além de pequenas curvaturas, notam-se profundas alterações na morfologia das espinhas hemais e neurais. As 23 primeiras vértebras do espécime examinado são normais. As demais, encontram-se submetidas a deformações bem pronunciadas que o autor aponta detalhadamente. O caso, parece ser idêntico ao estudado por Plehn (1924) e por Steinböck (1928). No entretanto, não se possue qualquer elemento capaz de explicar satisfatoriamente as causas de tais deformações, limitando-se, por isso, o autor a referi-las. A maioria dos autores que se têm ocupado do assunto, atribue anomalias desse tipo a alterações do sistema muscular, e, na realidade, parece ser essa a explicação mais plausivel. Supõe o autor, no entretanto, que outras causas tenham interferido no processo evolutivo do exemplar, sobretudo traumatismos sofridos no periodo larvar ou post-larvar, de natureza a alterar a miodinâmica da musculatura metamerizada, embora sem afetar o desenvolvimento do espécime.
Main Author: | |
---|---|
Format: | Digital revista |
Language: | Portuguese |
Published: |
Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo
1954
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Online Access: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0373-55241954000100007 |
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oai:scielo:S0373-552419540001000072012-06-15Nótulas Ictiológicas: II. deformação da porção posterior da coluna vertebral, em um representante da fam., Atherinidae (Pisces - Mugiloidei)Carvalho,J. de PaivaSob os auspicios do Conselho Nacional de Pesquisas, do Rio de Janeiro, durante os anos de 1952-53, o autor passou a examinar, sistemáticamente, exemplares da fauna ictiológica do litoral sul do E. de S.Paulo, colhendo material e dados que lhe permitissem promover a revisão de algumas familias de peixes. Estudando a família Atherinidae, na coleta n. 7, de 18-6-952, de Cananéia, deparou o autor com um exemplar do gênero Xenomelaniris, portador de evidente deformação da coluna vertebral (Foto n. 1). Não dispondo o Instituto Oceanográfico de um pequeno aparelho de raios X que permitisse obter documentação adequada para ilustrar o caso, recorreu o autor à técnica de diafanização de Hollister. Dessa maneira, as primeiras observações foram feitas por transparência. Em seguida, como de tecidos já diafanizados ainda impedissem a perfeita visibilidade e não permitissem o reconhecimento de pequenos detalhes, foi retirada reduzida porção do tecido que recobria a coluna vertebral, o suficiente, porém, para facilitar o estudo, sem prejudicar a peça. Na Fig. 1, procurou o autor dar uma idéia da região mais deformada. Acha-se ela composta de 6vértebras nas quais, além de pequenas curvaturas, notam-se profundas alterações na morfologia das espinhas hemais e neurais. As 23 primeiras vértebras do espécime examinado são normais. As demais, encontram-se submetidas a deformações bem pronunciadas que o autor aponta detalhadamente. O caso, parece ser idêntico ao estudado por Plehn (1924) e por Steinböck (1928). No entretanto, não se possue qualquer elemento capaz de explicar satisfatoriamente as causas de tais deformações, limitando-se, por isso, o autor a referi-las. A maioria dos autores que se têm ocupado do assunto, atribue anomalias desse tipo a alterações do sistema muscular, e, na realidade, parece ser essa a explicação mais plausivel. Supõe o autor, no entretanto, que outras causas tenham interferido no processo evolutivo do exemplar, sobretudo traumatismos sofridos no periodo larvar ou post-larvar, de natureza a alterar a miodinâmica da musculatura metamerizada, embora sem afetar o desenvolvimento do espécime.info:eu-repo/semantics/openAccessInstituto Oceanográfico da Universidade de São PauloBoletim do Instituto Oceanográfico v.5 n.1-2 19541954-01-01info:eu-repo/semantics/articletext/htmlhttp://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0373-55241954000100007pt10.1590/S0373-55241954000100007 |
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