A medicalização do parto e suas conseqüências: o exemplo da França no período entre as duas guerras

Na história da medicalização do parto, o período entre as duas guerras (1919-1939) aparece na França como um período de transição. Em um contexto de fraca natalidade, produziu-se nesse período, notadamente nas grandes cidades, a transferência de um número crescente de parturientes para as maternidades hospitalares que ofereciam cada vez mais segurança. Desenvolve-se aí então uma rede de consultas pré e pós-natais para acompanhar a gravidez e os cuidados com os bebês. O objetivo era salvar as mães e sobretudo as crianças. Enquanto que as parteiras temiam o declínio de sua profissão, o objetivo foi apenas parcialmente alcançado, porque a medicalização do parto e da função materna encontrou resistências e limites: o peso dos hábitos sociais e culturais, a insuficiência da proteção social da maternidade, as dificuldades das condições de vida de certas camadas da população, a ausência de uma rede coordenada de consultas para mulheres grávidas e recém-nascidos, uma distribuição muito desigual no território francês desses serviços, o apego das profissões de saúde ao exercício liberal e o medo da influência do Estado...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Thébaud,Françoise
Formato: Digital revista
Idioma:Portuguese
Publicado em: Centro de Filosofia e Ciências Humanas e Centro de Comunicação e Expressão da Universidade Federal de Santa Catarina 2002
Acesso em linha:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-026X2002000200011
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