Válvula cardíaca de carbono de duplo folheto Biplus: projeto e desenvolvimento
INTRODUÇÃO: Após o desenvolvimento de válvula de disco em carbono revestida com material biológico, com bons resultados após dois anos de uso clínico, os autores desenvolveram a primeira válvula brasileira de duplo folheto em carbono. A finalidade foi conseguir uma válvula com baixo nível de ruído, com revestimento de material biológico para facilitar a cicatrização no anel valvar e reduzir ao máximo a superfície sintética exposta ao sangue, para se obterem menores índices de reoperação, trombose, tromboembolismo e usar menor dose de anticoagulante a fim de evitar acidentes hemorrágicos. MATERIAL E MÉTODOS: A válvula é de duplo folheto com fechamento horizontal e articulado naface interna do corpo, fabricado com Carbolite. É feita em três modelos: toda em carbono semelhante a outras válvulas em uso; revestida com material biológico, ou com batente de elastômero de silicone com revestimento de material biológico. O batente de silicone tem aspecto denteado, para evitar dano ao material biológico e torna a válvula bastante silenciosa. Cada válvula é testada individualmente em acelerador de pulso (1.000 pulsações por minuto, durante cinco dias) Então, são feitos esterilização, revestimento com pericárdio heterólogo processado em glicerina, montagem e esterilização final em gás ETO, sendo conservada em glicerina. Existem 2 pacientes aórticos operados, com dois e três meses de evolução, em uso de anticoagulante oral, tendo sido colocadas válvulas apenas com revestimento de material biológico. RESULTADOS INICIAIS: São poucos casos com pequeno tempo de observação, destacando-se boa evolução clínica, ausência de percepção do ruído da válvula e presença do sopro sistólico suave comum em todas as próteses cardíacas aórticas. O modelo com batente de silicone acha-se em teste, não mostrando desgaste ou dano perceptível, após 30 dias de teste contínuo acelerado já equivalente a 1,4 anos de uso clínico. CONCLUSÕES: A válvula de dois folhetos Biplus apresentou-se com desenho adequado para receber o material biológico e, também, para funcionar com batente de silicone, deixando a válvula bastante silenciosa, para melhor conforto do paciente.
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Format: | Digital revista |
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Published: |
Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular
1996
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oai:scielo:S0102-763819960004000092010-12-16Válvula cardíaca de carbono de duplo folheto Biplus: projeto e desenvolvimentoMagalhães,Hélio Pereira deMachado,Ana LúciaRaoul,Arthur JSoutelo Filho,Ary FernandesVaidergorn,JairoSantos,José Alberto dos Valvas cardíacas Materiais biocompatíveis Próteses valvulares/instrumentação Próteses vasculares/instrumentação INTRODUÇÃO: Após o desenvolvimento de válvula de disco em carbono revestida com material biológico, com bons resultados após dois anos de uso clínico, os autores desenvolveram a primeira válvula brasileira de duplo folheto em carbono. A finalidade foi conseguir uma válvula com baixo nível de ruído, com revestimento de material biológico para facilitar a cicatrização no anel valvar e reduzir ao máximo a superfície sintética exposta ao sangue, para se obterem menores índices de reoperação, trombose, tromboembolismo e usar menor dose de anticoagulante a fim de evitar acidentes hemorrágicos. MATERIAL E MÉTODOS: A válvula é de duplo folheto com fechamento horizontal e articulado naface interna do corpo, fabricado com Carbolite. É feita em três modelos: toda em carbono semelhante a outras válvulas em uso; revestida com material biológico, ou com batente de elastômero de silicone com revestimento de material biológico. O batente de silicone tem aspecto denteado, para evitar dano ao material biológico e torna a válvula bastante silenciosa. Cada válvula é testada individualmente em acelerador de pulso (1.000 pulsações por minuto, durante cinco dias) Então, são feitos esterilização, revestimento com pericárdio heterólogo processado em glicerina, montagem e esterilização final em gás ETO, sendo conservada em glicerina. Existem 2 pacientes aórticos operados, com dois e três meses de evolução, em uso de anticoagulante oral, tendo sido colocadas válvulas apenas com revestimento de material biológico. RESULTADOS INICIAIS: São poucos casos com pequeno tempo de observação, destacando-se boa evolução clínica, ausência de percepção do ruído da válvula e presença do sopro sistólico suave comum em todas as próteses cardíacas aórticas. O modelo com batente de silicone acha-se em teste, não mostrando desgaste ou dano perceptível, após 30 dias de teste contínuo acelerado já equivalente a 1,4 anos de uso clínico. CONCLUSÕES: A válvula de dois folhetos Biplus apresentou-se com desenho adequado para receber o material biológico e, também, para funcionar com batente de silicone, deixando a válvula bastante silenciosa, para melhor conforto do paciente.info:eu-repo/semantics/openAccessSociedade Brasileira de Cirurgia CardiovascularBrazilian Journal of Cardiovascular Surgery v.11 n.4 19961996-12-01info:eu-repo/semantics/articletext/htmlhttp://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-76381996000400009pt10.1590/S0102-76381996000400009 |
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