Tratamento cirúrgico do abscesso de anel valvar associado a endocardite bacteriana: resultados imediatos e tardios
No período de outubro de 1978 a dezembro de 1994, ocorreram 619 episódios de endocardite bacteriana em pacientes tratados no Instituto do Coração - HC-FMUSP. Destes, foram operados 208 pacientes e 65 apresentavam abscesso de anel. Quarenta e oito (73,8%) eram do sexo masculino e 17 (26,2%) do feminino. A idade variou de 6 a 61 anos (média de 38,3+/-11,9). Quarenta e seis (70,8%) eram portadores de próteses (36 aórticas e 10 mitráis), 6 (9,2%) apresentavam valvopatia prévia, 1 (1,5%) apresentava cardiopatia congênita e 12 (18,5%) não apresentavam cardiopatia. Os germes predominantes foram: Streptococcus viridans em 17 (26,2%) pacientes, Enterococcus sp em 6 (7,7%) e Staphylococcus aureus em 9 (13,8%). Nove pacientes apresentavam intervalo PR no eletrocardiograma maior que 0,20 mseg no pré-operatório. A indicação da operação foi devida a infecção em prótese em 46 (70,8%) casos, insuficiência cardíaca em 9 (13,8%), falha no tratamento clínico em 5 (7,7%), embolia em 2 (3,1 %), infecção porfungos em 1 (1,5%) e outras em 2 (3,1%). A mortalidade operatória foi de 17 (26,2%) pacientes. Ocorreram 9 (13,8%) óbitos tardios sendo que 5 pacientes faleceram devido a nova endocardite bacteriana. Trinta e sete (86%) pacientes encontram-se em CFI (NYHA), 4 em CF II e 2 CF III no pós-operatório tardio (tempo médio de evolução de 5,3 anos). Os dados apresentados confirmam que a endocardite bacteriana associada a abscesso de anel é doença de alto risco, tem indicação cirúrgica precisa e a evolução tardia demonstra que a maior complicação é a reinfecção.
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Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular
1996
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oai:scielo:S0102-763819960004000062010-12-16Tratamento cirúrgico do abscesso de anel valvar associado a endocardite bacteriana: resultados imediatos e tardiosPomerantzeff,Pablo M. ABrandão,Carlos M. AMansur,Alfredo JoséDias,Ricardo RibeiroGrinberg,MaxStolf,Noedir A. GVerginelli,GeraldoJatene,Adib D Abscesso/cirurgia Valva aórtica/cirurgia Endocardite bacteriana/cirurgia No período de outubro de 1978 a dezembro de 1994, ocorreram 619 episódios de endocardite bacteriana em pacientes tratados no Instituto do Coração - HC-FMUSP. Destes, foram operados 208 pacientes e 65 apresentavam abscesso de anel. Quarenta e oito (73,8%) eram do sexo masculino e 17 (26,2%) do feminino. A idade variou de 6 a 61 anos (média de 38,3+/-11,9). Quarenta e seis (70,8%) eram portadores de próteses (36 aórticas e 10 mitráis), 6 (9,2%) apresentavam valvopatia prévia, 1 (1,5%) apresentava cardiopatia congênita e 12 (18,5%) não apresentavam cardiopatia. Os germes predominantes foram: Streptococcus viridans em 17 (26,2%) pacientes, Enterococcus sp em 6 (7,7%) e Staphylococcus aureus em 9 (13,8%). Nove pacientes apresentavam intervalo PR no eletrocardiograma maior que 0,20 mseg no pré-operatório. A indicação da operação foi devida a infecção em prótese em 46 (70,8%) casos, insuficiência cardíaca em 9 (13,8%), falha no tratamento clínico em 5 (7,7%), embolia em 2 (3,1 %), infecção porfungos em 1 (1,5%) e outras em 2 (3,1%). A mortalidade operatória foi de 17 (26,2%) pacientes. Ocorreram 9 (13,8%) óbitos tardios sendo que 5 pacientes faleceram devido a nova endocardite bacteriana. Trinta e sete (86%) pacientes encontram-se em CFI (NYHA), 4 em CF II e 2 CF III no pós-operatório tardio (tempo médio de evolução de 5,3 anos). Os dados apresentados confirmam que a endocardite bacteriana associada a abscesso de anel é doença de alto risco, tem indicação cirúrgica precisa e a evolução tardia demonstra que a maior complicação é a reinfecção.info:eu-repo/semantics/openAccessSociedade Brasileira de Cirurgia CardiovascularBrazilian Journal of Cardiovascular Surgery v.11 n.4 19961996-12-01info:eu-repo/semantics/articletext/htmlhttp://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-76381996000400006pt10.1590/S0102-76381996000400006 |
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