Inquérito de saúde: comparação dos entrevistados segundo posse de linha telefônica residencial

OBJETIVO: Analisar diferenças quanto a características sociodemográficas e relacionadas à saúde entre indivíduos com e sem linha telefônica residencial. MÉTODOS: Foram analisados os dados do Inquérito de Saúde (ISA-Capital) 2003, um estudo transversal realizado em São Paulo, SP, no mesmo ano. Os moradores que possuíam linha telefônica residencial foram comparados com os que disseram não possuir linha telefônica, segundo as variáveis sociodemográficas, de estilo de vida, estado de saúde e utilização de serviços de saúde. Foram estimados os vícios associados à não-cobertura por parte da população sem telefone, verificando-se sua diminuição após a utilização de ajustes de pós-estratificação. RESULTADOS: Dos 1.878 entrevistados acima de 18 anos, 80,1% possuía linha telefônica residencial. Na comparação entre os grupos, as principais diferenças sociodemográficas entre indivíduos que não possuíam linha residencial foram: menor idade, maior proporção de indivíduos de raça/cor negra e parda, menor proporção de entrevistados casada, maior proporção de desempregados e com menor escolaridade. Os moradores sem linha telefônica residencial realizavam menos exames de saúde, fumavam e bebiam mais. Ainda, esse grupo consumiu menos medicamentos, auto-avaliou-se em piores condições de saúde e usou mais o Sistema Único de Saúde. Ao se excluir da análise a população sem telefone, as estimativas de consultas odontológicas, alcoolismo, consumo de medicamentos e utilização do SUS para realização de Papanicolaou foram as que tiveram maior vício. Após o ajuste de pós-estratificação, houve diminuição do vício das estimativas para as variáveis associadas à posse de linha telefônica residencial. CONCLUSÕES: A exclusão dos moradores sem linha telefônica é uma das principais limitações das pesquisas realizadas por esse meio. No entanto, a utilização de técnicas estatísticas de ajustes de pós-estratificação permite a diminuição dos vícios de não-cobertura.

Saved in:
Bibliographic Details
Main Authors: Segri,Neuber José, Cesar,Chester Luiz Galvão, Barros,Marilisa Berti de Azevedo, Carandina,Luana, Goldbaum,Moisés
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo 2010
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-89102010000300014
Tags: Add Tag
No Tags, Be the first to tag this record!
id oai:scielo:S0034-89102010000300014
record_format ojs
spelling oai:scielo:S0034-891020100003000142010-06-11Inquérito de saúde: comparação dos entrevistados segundo posse de linha telefônica residencialSegri,Neuber JoséCesar,Chester Luiz GalvãoBarros,Marilisa Berti de AzevedoCarandina,LuanaGoldbaum,Moisés Levantamentos Epidemiológicos Inquéritos de Morbidade Coleta de Dados Telefone/provisão Telefone/distribuição Viés de Seleção Interpretação Estatística de Dados Amostragem OBJETIVO: Analisar diferenças quanto a características sociodemográficas e relacionadas à saúde entre indivíduos com e sem linha telefônica residencial. MÉTODOS: Foram analisados os dados do Inquérito de Saúde (ISA-Capital) 2003, um estudo transversal realizado em São Paulo, SP, no mesmo ano. Os moradores que possuíam linha telefônica residencial foram comparados com os que disseram não possuir linha telefônica, segundo as variáveis sociodemográficas, de estilo de vida, estado de saúde e utilização de serviços de saúde. Foram estimados os vícios associados à não-cobertura por parte da população sem telefone, verificando-se sua diminuição após a utilização de ajustes de pós-estratificação. RESULTADOS: Dos 1.878 entrevistados acima de 18 anos, 80,1% possuía linha telefônica residencial. Na comparação entre os grupos, as principais diferenças sociodemográficas entre indivíduos que não possuíam linha residencial foram: menor idade, maior proporção de indivíduos de raça/cor negra e parda, menor proporção de entrevistados casada, maior proporção de desempregados e com menor escolaridade. Os moradores sem linha telefônica residencial realizavam menos exames de saúde, fumavam e bebiam mais. Ainda, esse grupo consumiu menos medicamentos, auto-avaliou-se em piores condições de saúde e usou mais o Sistema Único de Saúde. Ao se excluir da análise a população sem telefone, as estimativas de consultas odontológicas, alcoolismo, consumo de medicamentos e utilização do SUS para realização de Papanicolaou foram as que tiveram maior vício. Após o ajuste de pós-estratificação, houve diminuição do vício das estimativas para as variáveis associadas à posse de linha telefônica residencial. CONCLUSÕES: A exclusão dos moradores sem linha telefônica é uma das principais limitações das pesquisas realizadas por esse meio. No entanto, a utilização de técnicas estatísticas de ajustes de pós-estratificação permite a diminuição dos vícios de não-cobertura.info:eu-repo/semantics/openAccessFaculdade de Saúde Pública da Universidade de São PauloRevista de Saúde Pública v.44 n.3 20102010-06-01info:eu-repo/semantics/articletext/htmlhttp://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-89102010000300014pt10.1590/S0034-89102010005000012
institution SCIELO
collection OJS
country Brasil
countrycode BR
component Revista
access En linea
databasecode rev-scielo-br
tag revista
region America del Sur
libraryname SciELO
language Portuguese
format Digital
author Segri,Neuber José
Cesar,Chester Luiz Galvão
Barros,Marilisa Berti de Azevedo
Carandina,Luana
Goldbaum,Moisés
spellingShingle Segri,Neuber José
Cesar,Chester Luiz Galvão
Barros,Marilisa Berti de Azevedo
Carandina,Luana
Goldbaum,Moisés
Inquérito de saúde: comparação dos entrevistados segundo posse de linha telefônica residencial
author_facet Segri,Neuber José
Cesar,Chester Luiz Galvão
Barros,Marilisa Berti de Azevedo
Carandina,Luana
Goldbaum,Moisés
author_sort Segri,Neuber José
title Inquérito de saúde: comparação dos entrevistados segundo posse de linha telefônica residencial
title_short Inquérito de saúde: comparação dos entrevistados segundo posse de linha telefônica residencial
title_full Inquérito de saúde: comparação dos entrevistados segundo posse de linha telefônica residencial
title_fullStr Inquérito de saúde: comparação dos entrevistados segundo posse de linha telefônica residencial
title_full_unstemmed Inquérito de saúde: comparação dos entrevistados segundo posse de linha telefônica residencial
title_sort inquérito de saúde: comparação dos entrevistados segundo posse de linha telefônica residencial
description OBJETIVO: Analisar diferenças quanto a características sociodemográficas e relacionadas à saúde entre indivíduos com e sem linha telefônica residencial. MÉTODOS: Foram analisados os dados do Inquérito de Saúde (ISA-Capital) 2003, um estudo transversal realizado em São Paulo, SP, no mesmo ano. Os moradores que possuíam linha telefônica residencial foram comparados com os que disseram não possuir linha telefônica, segundo as variáveis sociodemográficas, de estilo de vida, estado de saúde e utilização de serviços de saúde. Foram estimados os vícios associados à não-cobertura por parte da população sem telefone, verificando-se sua diminuição após a utilização de ajustes de pós-estratificação. RESULTADOS: Dos 1.878 entrevistados acima de 18 anos, 80,1% possuía linha telefônica residencial. Na comparação entre os grupos, as principais diferenças sociodemográficas entre indivíduos que não possuíam linha residencial foram: menor idade, maior proporção de indivíduos de raça/cor negra e parda, menor proporção de entrevistados casada, maior proporção de desempregados e com menor escolaridade. Os moradores sem linha telefônica residencial realizavam menos exames de saúde, fumavam e bebiam mais. Ainda, esse grupo consumiu menos medicamentos, auto-avaliou-se em piores condições de saúde e usou mais o Sistema Único de Saúde. Ao se excluir da análise a população sem telefone, as estimativas de consultas odontológicas, alcoolismo, consumo de medicamentos e utilização do SUS para realização de Papanicolaou foram as que tiveram maior vício. Após o ajuste de pós-estratificação, houve diminuição do vício das estimativas para as variáveis associadas à posse de linha telefônica residencial. CONCLUSÕES: A exclusão dos moradores sem linha telefônica é uma das principais limitações das pesquisas realizadas por esse meio. No entanto, a utilização de técnicas estatísticas de ajustes de pós-estratificação permite a diminuição dos vícios de não-cobertura.
publisher Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo
publishDate 2010
url http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-89102010000300014
work_keys_str_mv AT segrineuberjose inqueritodesaudecomparacaodosentrevistadossegundopossedelinhatelefonicaresidencial
AT cesarchesterluizgalvao inqueritodesaudecomparacaodosentrevistadossegundopossedelinhatelefonicaresidencial
AT barrosmarilisabertideazevedo inqueritodesaudecomparacaodosentrevistadossegundopossedelinhatelefonicaresidencial
AT carandinaluana inqueritodesaudecomparacaodosentrevistadossegundopossedelinhatelefonicaresidencial
AT goldbaummoises inqueritodesaudecomparacaodosentrevistadossegundopossedelinhatelefonicaresidencial
_version_ 1756379258725335040