Efedrina versus fenilefrina: prevenção de hipotensão arterial durante anestesia raquídea para cesariana e efeitos sobre o feto

JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A hipotensão arterial durante a anestesia raquídea para cesariana deve-se ao bloqueio simpático e compressão aorto-cava pelo útero e pode ocasionar efeitos deletérios para o feto e a mãe. A efedrina e fenilefrina melhoram o retorno venoso após bloqueio simpático durante anestesia raquídea. O objetivo deste estudo foi comparar a eficácia da efedrina e da fenilefrina em prevenir e tratar a hipotensão arterial materna durante anestesia raquídea e avaliar seus efeitos colaterais e alterações fetais. MÉTODO: Sessenta pacientes, submetidas à anestesia raquídea com bupivacaína e sufentanil para cesariana, foram divididas aleatoriamente em dois grupos para receber, profilaticamente, efedrina (Grupo E, n = 30, dose = 10 mg) ou fenilefrina (Grupo F, n = 30, dose = 80 µg). Hipotensão arterial (pressão arterial menor ou igual a 80% da medida basal) foi tratada com bolus de vasoconstritor com 50% da dose inicial. Foram avaliados: incidência de hipotensão arterial, hipertensão arterial reativa, bradicardia e vômitos, escore de Apgar no primeiro e quinto minutos e gasometria do cordão umbilical. RESULTADOS: A dose média de efedrina foi 14,8 ± 3,8 mg e 186,7 ± 52,9 µg de fenilefrina. Os grupos foram semelhantes quanto aos parâmetros demográficos e incidência de vômitos, bradicardia e hipertensão arterial reativa. A incidência de hipotensão arterial foi de 70% no Grupo E e 93% no Grupo F (p < 0,05). O pH arterial médio do cordão umbilical e o escore de Apgar no primeiro minuto foram menores no grupo E (p < 0,05). Não houve diferença no escore do quito minuto. CONCLUSÕES: A efedrina foi mais eficiente que fenilefrina na prevenção de hipotensão arterial. Ambos os fármacos apresentaram incidência semelhante de efeitos colaterais. As repercussões fetais foram menos freqüentes com o uso da fenilefrina e apenas transitórias com a utilização da efedrina.

Saved in:
Bibliographic Details
Main Authors: Magalhães,Edno, Govêia,Catia Sousa, Ladeira,Luís Cláudio de Araújo, Nascimento,Bruno Góis, Kluthcouski,Sérgio Murilo Cavalcante
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Sociedade Brasileira de Anestesiologia 2009
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-70942009000100003
Tags: Add Tag
No Tags, Be the first to tag this record!
id oai:scielo:S0034-70942009000100003
record_format ojs
spelling oai:scielo:S0034-709420090001000032009-02-16Efedrina versus fenilefrina: prevenção de hipotensão arterial durante anestesia raquídea para cesariana e efeitos sobre o fetoMagalhães,EdnoGovêia,Catia SousaLadeira,Luís Cláudio de AraújoNascimento,Bruno GóisKluthcouski,Sérgio Murilo Cavalcante ANESTESIA, Obstétrica CIRURGIA, Obstétrica/cesariana COMPLICAÇÕES/hipotensão arterial DROGAS/efedrina DROGAS/fenilefrina JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A hipotensão arterial durante a anestesia raquídea para cesariana deve-se ao bloqueio simpático e compressão aorto-cava pelo útero e pode ocasionar efeitos deletérios para o feto e a mãe. A efedrina e fenilefrina melhoram o retorno venoso após bloqueio simpático durante anestesia raquídea. O objetivo deste estudo foi comparar a eficácia da efedrina e da fenilefrina em prevenir e tratar a hipotensão arterial materna durante anestesia raquídea e avaliar seus efeitos colaterais e alterações fetais. MÉTODO: Sessenta pacientes, submetidas à anestesia raquídea com bupivacaína e sufentanil para cesariana, foram divididas aleatoriamente em dois grupos para receber, profilaticamente, efedrina (Grupo E, n = 30, dose = 10 mg) ou fenilefrina (Grupo F, n = 30, dose = 80 µg). Hipotensão arterial (pressão arterial menor ou igual a 80% da medida basal) foi tratada com bolus de vasoconstritor com 50% da dose inicial. Foram avaliados: incidência de hipotensão arterial, hipertensão arterial reativa, bradicardia e vômitos, escore de Apgar no primeiro e quinto minutos e gasometria do cordão umbilical. RESULTADOS: A dose média de efedrina foi 14,8 ± 3,8 mg e 186,7 ± 52,9 µg de fenilefrina. Os grupos foram semelhantes quanto aos parâmetros demográficos e incidência de vômitos, bradicardia e hipertensão arterial reativa. A incidência de hipotensão arterial foi de 70% no Grupo E e 93% no Grupo F (p < 0,05). O pH arterial médio do cordão umbilical e o escore de Apgar no primeiro minuto foram menores no grupo E (p < 0,05). Não houve diferença no escore do quito minuto. CONCLUSÕES: A efedrina foi mais eficiente que fenilefrina na prevenção de hipotensão arterial. Ambos os fármacos apresentaram incidência semelhante de efeitos colaterais. As repercussões fetais foram menos freqüentes com o uso da fenilefrina e apenas transitórias com a utilização da efedrina.info:eu-repo/semantics/openAccessSociedade Brasileira de AnestesiologiaRevista Brasileira de Anestesiologia v.59 n.1 20092009-02-01info:eu-repo/semantics/articletext/htmlhttp://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-70942009000100003pt10.1590/S0034-70942009000100003
institution SCIELO
collection OJS
country Brasil
countrycode BR
component Revista
access En linea
databasecode rev-scielo-br
tag revista
region America del Sur
libraryname SciELO
language Portuguese
format Digital
author Magalhães,Edno
Govêia,Catia Sousa
Ladeira,Luís Cláudio de Araújo
Nascimento,Bruno Góis
Kluthcouski,Sérgio Murilo Cavalcante
spellingShingle Magalhães,Edno
Govêia,Catia Sousa
Ladeira,Luís Cláudio de Araújo
Nascimento,Bruno Góis
Kluthcouski,Sérgio Murilo Cavalcante
Efedrina versus fenilefrina: prevenção de hipotensão arterial durante anestesia raquídea para cesariana e efeitos sobre o feto
author_facet Magalhães,Edno
Govêia,Catia Sousa
Ladeira,Luís Cláudio de Araújo
Nascimento,Bruno Góis
Kluthcouski,Sérgio Murilo Cavalcante
author_sort Magalhães,Edno
title Efedrina versus fenilefrina: prevenção de hipotensão arterial durante anestesia raquídea para cesariana e efeitos sobre o feto
title_short Efedrina versus fenilefrina: prevenção de hipotensão arterial durante anestesia raquídea para cesariana e efeitos sobre o feto
title_full Efedrina versus fenilefrina: prevenção de hipotensão arterial durante anestesia raquídea para cesariana e efeitos sobre o feto
title_fullStr Efedrina versus fenilefrina: prevenção de hipotensão arterial durante anestesia raquídea para cesariana e efeitos sobre o feto
title_full_unstemmed Efedrina versus fenilefrina: prevenção de hipotensão arterial durante anestesia raquídea para cesariana e efeitos sobre o feto
title_sort efedrina versus fenilefrina: prevenção de hipotensão arterial durante anestesia raquídea para cesariana e efeitos sobre o feto
description JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A hipotensão arterial durante a anestesia raquídea para cesariana deve-se ao bloqueio simpático e compressão aorto-cava pelo útero e pode ocasionar efeitos deletérios para o feto e a mãe. A efedrina e fenilefrina melhoram o retorno venoso após bloqueio simpático durante anestesia raquídea. O objetivo deste estudo foi comparar a eficácia da efedrina e da fenilefrina em prevenir e tratar a hipotensão arterial materna durante anestesia raquídea e avaliar seus efeitos colaterais e alterações fetais. MÉTODO: Sessenta pacientes, submetidas à anestesia raquídea com bupivacaína e sufentanil para cesariana, foram divididas aleatoriamente em dois grupos para receber, profilaticamente, efedrina (Grupo E, n = 30, dose = 10 mg) ou fenilefrina (Grupo F, n = 30, dose = 80 µg). Hipotensão arterial (pressão arterial menor ou igual a 80% da medida basal) foi tratada com bolus de vasoconstritor com 50% da dose inicial. Foram avaliados: incidência de hipotensão arterial, hipertensão arterial reativa, bradicardia e vômitos, escore de Apgar no primeiro e quinto minutos e gasometria do cordão umbilical. RESULTADOS: A dose média de efedrina foi 14,8 ± 3,8 mg e 186,7 ± 52,9 µg de fenilefrina. Os grupos foram semelhantes quanto aos parâmetros demográficos e incidência de vômitos, bradicardia e hipertensão arterial reativa. A incidência de hipotensão arterial foi de 70% no Grupo E e 93% no Grupo F (p < 0,05). O pH arterial médio do cordão umbilical e o escore de Apgar no primeiro minuto foram menores no grupo E (p < 0,05). Não houve diferença no escore do quito minuto. CONCLUSÕES: A efedrina foi mais eficiente que fenilefrina na prevenção de hipotensão arterial. Ambos os fármacos apresentaram incidência semelhante de efeitos colaterais. As repercussões fetais foram menos freqüentes com o uso da fenilefrina e apenas transitórias com a utilização da efedrina.
publisher Sociedade Brasileira de Anestesiologia
publishDate 2009
url http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-70942009000100003
work_keys_str_mv AT magalhaesedno efedrinaversusfenilefrinaprevencaodehipotensaoarterialduranteanestesiaraquideaparacesarianaeefeitossobreofeto
AT goveiacatiasousa efedrinaversusfenilefrinaprevencaodehipotensaoarterialduranteanestesiaraquideaparacesarianaeefeitossobreofeto
AT ladeiraluisclaudiodearaujo efedrinaversusfenilefrinaprevencaodehipotensaoarterialduranteanestesiaraquideaparacesarianaeefeitossobreofeto
AT nascimentobrunogois efedrinaversusfenilefrinaprevencaodehipotensaoarterialduranteanestesiaraquideaparacesarianaeefeitossobreofeto
AT kluthcouskisergiomurilocavalcante efedrinaversusfenilefrinaprevencaodehipotensaoarterialduranteanestesiaraquideaparacesarianaeefeitossobreofeto
_version_ 1756376235021172736