Atualizações das recomendações de adubação fosfatada para a cana-de-açúcar no Cerrado.

Nas duas últimas décadas, houve grande expansão do setor sucroalcoolei- ro no Cerrado. A região Centro-Oeste (GO, MT e MS) e o estado de Minas Gerais, com 3,1 milhões de hectares cultivados com cana-de-açúcar na sa- fra 2020/2021, foram responsáveis por 32% da produção nacional (CONAB, 2021). A expansão da cultura no Cerrado se deu principalmente em áreas de pastagens, seguida de áreas de lavouras e, em menor proporção, sobre a ve- getação nativa. Ao contrário das lavouras, em geral, as pastagens são muito pouco adubadas na região. Seus solos são comumente ácidos e com baixa disponibilidade de nutrientes, aspectos típicos da condição nativa sob vege- tação de cerrado, destacando-se a deficiência de fósforo (P) como o principal fator limitante à produção agrícola (Sousa et al., 2004, 2016a). A adubação fosfatada da cana-de-açúcar no Cerrado era predominantemen- te baseada em altas doses de P, aplicado exclusivamente na operação de plantio, até 180 kg/ha de P2O5 no fundo do sulco. Contudo, tem crescido na região a adoção da adubação fosfatada corretiva na expansão ou reforma do canavial, visando elevar o status de P dos solos, e da adubação fosfatada de manutenção para a cana-soca. Compilações de resultados de pesquisas mostrando os ganhos econômicos de produtividade com essas práticas e recomendações gerais de adubação fosfatada para a cultura no sistema tra- dicional de cultivo no Cerrado foram apresentadas anteriormente (Rein et al., 2015). Na presente Circular Técnica, são atualizados alguns aspectos das recomen- dações de adubação fosfatada da cana-de-açúcar no sistema tradicional de cultivo, de sequeiro ou apenas com irrigação de salvamento na rebrota e com preparo do solo na reforma do canavial. Também são contempladas reco- mendações para os sistemas de cultivo irrigados, que propiciam altas pro- dutividades, e sistemas conservacionistas com mínima mobilização do solo, como o plantio direto.