Variabilidade genética entre acessos de amendoim forrageiro quanto à associação micorrízica e resposta ao fósforo.
O amendoim forrageiro (Arachis pintoi Krap. & Greg.) é uma leguminosa herbácea perene recomendada para cobertura do solo em diversos agrossistemas e para utilização em recuperação de pastagens degradadas. O estudo da associação desta leguminosa com micorrizas poderá ser útil em programas de inoculação, diminuindo as necessidades de adubação fosfatada. O objetivo deste estudo foi avaliar a variabilidade genética entre acessos de amendoim forrageiro quanto à associação micorrízica e resposta ao fósforo. Realizaram-se dois experimentos no campo experimental da Embrapa Acre. O primeiro objetivou avaliar a densidade de esporos, riqueza de espécies e freqüência relativa de fungos micorrízicos arbusculares (FMAs) em 45 genótipos de amendoim forrageiro do Banco Ativo de Germoplasma localizado na Embrapa Acre, em delineamento inteiramente casualizado com três repetições. A análise de variância foi realizada para densidade de esporos e, posteriormente, foi aplicado o teste de Scott-Knott a 1% de probabilidade. A partir das 21 espécies identificadas, foi realizada análise multivariada, viabilizando o agrupamento dos genótipos mais similares em termos de presença ou ausência de espécies de FMAs. O segundo experimento objetivou avaliar o crescimento e a composição bromatológica de diferentes genótipos de amendoim forrageiro, inoculados ou não com fungos micorrízicos arbusculares em diferentes níveis de adubação fosfatada. O experimento foi estabelecido em delineamento inteiramente casualizado com cinco repetições, sendo os tratamentos dispostos em esquema fatorial 5x5x2. Foram avaliados cinco acessos de amendoim forrageiro (BRA 039799; BRA 039187; BRA 031828; BRA 040550; BRA 013251); cinco doses de fósforo (0; 15; 30; 45 e 60 kg.ha-1 de P2O5); e duas condições de substrato, inoculado e não inoculado com fungos micorrízicos arbusculares, sendo aplicada a mistura de Glomus clarum, Entrhophospora colombiana, Scutelospora calospora, Gigaspora margarita e Acaulospora morrowiae. A análise de variância foi realizada para: comprimento do maior estolão, produção de matéria seca da biomassa aérea, produção de matéria seca de raiz, fibra em detergente neutro, fibra em detergente ácido, proteína bruta, macro e micronutrientes. Realizaram-se testes de Tukey a 5% de probabilidade e regressões para as doses de fósforo. No primeiro experimento destacaram-se quatro genótipos de A. pintoi e dois híbridos interespecíficos, os quais apresentaram maior densidade de esporos. Foi verificada a ocorrência de 21 espécies de FMAs nas amostras dos 45 genótipos. A menor e a maior riqueza de espécies foram iguais a três e dez, respectivamente. Três espécies de FMAs apresentaram elevada freqüência relativa: G. macrocarpum, A. tuberculata, e S. verrucosa, sendo 100%, 97,78% e 88,89%, respectivamente. A partir do dendrograma foi possível formar 17 grupos, sendo que as espécies e os híbridos foram distribuídos entre os diferentes grupos formados. No segundo experimento verificou-se que os genótipos de amendoim forrageiro responderam de forma diferenciada à micorrização e doses de fósforo, de acordo com as características mensuradas. Genótipos micorrizados apresentaram maior estolão e produção de matéria seca, quando comparado aos genótipos não micorrizados no período de estabelecimento. Os genótipos de amendoim forrageiro apresentaram pouca exigência em adubação fosfatada. Conclui-se que: (i) existe variabilidade genética entre os genótipos de amendoim forrageiro para densidade de esporos; (ii) a riqueza de espécies de FMAs varia entre os genótipos e entre as espécies estudadas; (iii) a variabilidade detectada para densidade de esporos e riqueza de espécies poderá viabilizar a seleção de genótipos que apresentam maior eficiência na associação com FMAs; iv) existe variabilidade genética para as características de crescimento e composição bromatológica do amendoim forrageiro; v) os genótipos de amendoim forrageiro respondem de forma diferenciada à micorrização e adubação fosfatada.
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2010-09-01
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O amendoim forrageiro (Arachis pintoi Krap. & Greg.) é uma leguminosa herbácea perene recomendada para cobertura do solo em diversos agrossistemas e para utilização em recuperação de pastagens degradadas. O estudo da associação desta leguminosa com micorrizas poderá ser útil em programas de inoculação, diminuindo as necessidades de adubação fosfatada. O objetivo deste estudo foi avaliar a variabilidade genética entre acessos de amendoim forrageiro quanto à associação micorrízica e resposta ao fósforo. Realizaram-se dois experimentos no campo experimental da Embrapa Acre. O primeiro objetivou avaliar a densidade de esporos, riqueza de espécies e freqüência relativa de fungos micorrízicos arbusculares (FMAs) em 45 genótipos de amendoim forrageiro do Banco Ativo de Germoplasma localizado na Embrapa Acre, em delineamento inteiramente casualizado com três repetições. A análise de variância foi realizada para densidade de esporos e, posteriormente, foi aplicado o teste de Scott-Knott a 1% de probabilidade. A partir das 21 espécies identificadas, foi realizada análise multivariada, viabilizando o agrupamento dos genótipos mais similares em termos de presença ou ausência de espécies de FMAs. O segundo experimento objetivou avaliar o crescimento e a composição bromatológica de diferentes genótipos de amendoim forrageiro, inoculados ou não com fungos micorrízicos arbusculares em diferentes níveis de adubação fosfatada. O experimento foi estabelecido em delineamento inteiramente casualizado com cinco repetições, sendo os tratamentos dispostos em esquema fatorial 5x5x2. Foram avaliados cinco acessos de amendoim forrageiro (BRA 039799; BRA 039187; BRA 031828; BRA 040550; BRA 013251); cinco doses de fósforo (0; 15; 30; 45 e 60 kg.ha-1 de P2O5); e duas condições de substrato, inoculado e não inoculado com fungos micorrízicos arbusculares, sendo aplicada a mistura de Glomus clarum, Entrhophospora colombiana, Scutelospora calospora, Gigaspora margarita e Acaulospora morrowiae. A análise de variância foi realizada para: comprimento do maior estolão, produção de matéria seca da biomassa aérea, produção de matéria seca de raiz, fibra em detergente neutro, fibra em detergente ácido, proteína bruta, macro e micronutrientes. Realizaram-se testes de Tukey a 5% de probabilidade e regressões para as doses de fósforo. No primeiro experimento destacaram-se quatro genótipos de A. pintoi e dois híbridos interespecíficos, os quais apresentaram maior densidade de esporos. Foi verificada a ocorrência de 21 espécies de FMAs nas amostras dos 45 genótipos. A menor e a maior riqueza de espécies foram iguais a três e dez, respectivamente. Três espécies de FMAs apresentaram elevada freqüência relativa: G. macrocarpum, A. tuberculata, e S. verrucosa, sendo 100%, 97,78% e 88,89%, respectivamente. A partir do dendrograma foi possível formar 17 grupos, sendo que as espécies e os híbridos foram distribuídos entre os diferentes grupos formados. No segundo experimento verificou-se que os genótipos de amendoim forrageiro responderam de forma diferenciada à micorrização e doses de fósforo, de acordo com as características mensuradas. Genótipos micorrizados apresentaram maior estolão e produção de matéria seca, quando comparado aos genótipos não micorrizados no período de estabelecimento. Os genótipos de amendoim forrageiro apresentaram pouca exigência em adubação fosfatada. Conclui-se que: (i) existe variabilidade genética entre os genótipos de amendoim forrageiro para densidade de esporos; (ii) a riqueza de espécies de FMAs varia entre os genótipos e entre as espécies estudadas; (iii) a variabilidade detectada para densidade de esporos e riqueza de espécies poderá viabilizar a seleção de genótipos que apresentam maior eficiência na associação com FMAs; iv) existe variabilidade genética para as características de crescimento e composição bromatológica do amendoim forrageiro; v) os genótipos de amendoim forrageiro respondem de forma diferenciada à micorrização e adubação fosfatada. |
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