Transferência de tecnologia: análise além das fronteiras da Embrapa.

Resumo - Face às profundas transformações estruturais que marcaram a agricultura brasileira, os institutos públicos de pesquisa agrícola (IPPs) estão sendo pressionados a demonstrar que seus trabalhos têm impactos positivos para a sociedade. Essa realidade trouxe a necessidade de refletir sobre o papel da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) ? maior IPP nacional ? para transformar tecnologia em inovação Neste contexto, o artigo objetiva analisar os fatores condicionantes exógenos à Embrapa que contribuem ou inibem a transferência de suas tecnologias para a agricultura brasileira. A metodologia contou com análise da abordagem neo-schumpeteriana e entrevistas ? realizadas em 2014 ? com 57 especialistas em inovação agrícola de organizações públicas e privadas, nacionais e internacionais. Os resultados apontam para um conjunto de condicionantes exógenos ao IPP, que o influenciam internamente, tais como: a falta da definição no País do papel da C&T enquanto indutora de desenvolvimento econômico e social; o comando de cadeias produtivas agrícolas que interfere na decisão da tecnologia a ser adotada; a subordinação do agricultor às estruturas dos sistemas agroindustriais; o fortalecimento da iniciativa privada na pesquisa agrícola e o deslocamento do papel da pesquisa pública; a visão dicotômica ? agricultura familiar e empresarial ? que permeia políticas públicas; a heterogeneidade produtiva, de infraestrutura e socioeconômica dos agricultores; o alto grau de aversão ao risco do produtor rural na aquisição de nova tecnologia; insuficiência do sistema de assistência técnica e extensão rural. As conclusões assinalam a necessidade da Embrapa operar com competências que vão além da pesquisa e intensificar suas interações com instituições que detém capacidades de mercado não associadas apenas à ciência e tecnologia.

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Bibliographic Details
Main Authors: MENDES, C. I. C., BUAINAIN, A. M.
Other Authors: CASSIA ISABEL COSTA MENDES, CNPTIA; ANTÔNIO MÁRCIO BUAINAIN, Unicamp.
Format: Anais e Proceedings de eventos biblioteca
Language:pt_BR
por
Published: 2015-10-26
Subjects:Inovação tecnológica., Adoção de inovações, Tecnologia da informação, Transferência de Tecnologia., Innovation adoption, Information technology, Technology transfer,
Online Access:http://www.alice.cnptia.embrapa.br/alice/handle/doc/1027162
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Summary:Resumo - Face às profundas transformações estruturais que marcaram a agricultura brasileira, os institutos públicos de pesquisa agrícola (IPPs) estão sendo pressionados a demonstrar que seus trabalhos têm impactos positivos para a sociedade. Essa realidade trouxe a necessidade de refletir sobre o papel da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) ? maior IPP nacional ? para transformar tecnologia em inovação Neste contexto, o artigo objetiva analisar os fatores condicionantes exógenos à Embrapa que contribuem ou inibem a transferência de suas tecnologias para a agricultura brasileira. A metodologia contou com análise da abordagem neo-schumpeteriana e entrevistas ? realizadas em 2014 ? com 57 especialistas em inovação agrícola de organizações públicas e privadas, nacionais e internacionais. Os resultados apontam para um conjunto de condicionantes exógenos ao IPP, que o influenciam internamente, tais como: a falta da definição no País do papel da C&T enquanto indutora de desenvolvimento econômico e social; o comando de cadeias produtivas agrícolas que interfere na decisão da tecnologia a ser adotada; a subordinação do agricultor às estruturas dos sistemas agroindustriais; o fortalecimento da iniciativa privada na pesquisa agrícola e o deslocamento do papel da pesquisa pública; a visão dicotômica ? agricultura familiar e empresarial ? que permeia políticas públicas; a heterogeneidade produtiva, de infraestrutura e socioeconômica dos agricultores; o alto grau de aversão ao risco do produtor rural na aquisição de nova tecnologia; insuficiência do sistema de assistência técnica e extensão rural. As conclusões assinalam a necessidade da Embrapa operar com competências que vão além da pesquisa e intensificar suas interações com instituições que detém capacidades de mercado não associadas apenas à ciência e tecnologia.